Réu é condenado a mais de 18 anos de cadeia por ter deixado namorada em estado vegetativo após ser espancada

O julgamento de Whebher de Oliveira Simão terminou às 20h30 desta terça-feira, 4. O júri popular ocorreu no plenário do Fórum de Maringá. A sessão foi presidida pela juíza Samya Terruel Yabusame Zarpellon e promotora de acusação Andrea Fabiana Baradel.

Conforme a acusação, as qualificações do crime são tentativa de feminicídio, motivo fútil e impossibilidade de defesa. Por outro lado, a defesa do réu usou o argumento de que Whebher teria “perdido a cabeça” após ver supostas mensagens de traição no celular de Michelle.

Após a votação do corpo de jurados pela condenação de Whebher, a excelentíssima juíza de direito leu a sentença ao réu. Whebher de Oliveira Simão foi condenado em 18 anos e 8 meses de reclusão pelos crimes cometidos contra a namorada.

O acusado ao fim do julgamento foi novamente algemado e conduzido ao presídio onde deverá cumprir a pena. O advogado Marcelo Jacomossi que agiu como assistente de acusação deverá recorrer da decisão pedindo uma pena maior ao réu.

Michelle teve graves sequelas perdendo quase todos os movimentos do corpo. Hoje com 37 anos, a jovem vive em estado vegetativo. Michelle não se comunica e não reconhece as pessoas.

Nicole, filha de 17 anos da vítima, foi ao julgamento e relatou que não ouve a voz da mãe há cinco anos. “Minha mãe não me viu crescer. Minha mãe não viu minha adolescência. Eu vou fazer dezoito anos agora. Eu perdi a minha mãe.”

O caso

O crime aconteceu em setembro de 2019, em um churrasco com amigos, quando o casal estava apenas a poucos meses juntos. Em seu depoimento, Whebher disse que a agressão teria começado após ele ver mensagens de Michelle marcando um encontro.

O dono da casa que também foi agredido por Whebher contou que as agressões duraram cerca de 15 minutos. Whebher teria desferido diversos socos no rosto de Michele, além de pisotear sua cabeça quando ficou desacordada.

Na época, o namorado fugiu mas foi preso em uma operação policial na cidade de Novo Mundo, no Mato Grosso do Sul. Na casa em que estava foram encontradas drogas e arma de fogo. Whebher já contava com antecedentes por roubo.